segunda-feira, 2 de julho de 2012

A MÚSICA NA SEMANA DE 22: VILLA-LOBOS (REVISADO EM OUTUBRO/2017)


A MÚSICA NA SEMANA DE 22
VILLA-LOBOS: REVISADO

Desenho nanquim, de Luiz de Almeida para o Módulo Música na Semana de 22, para a Exposição Retalhos do Modernismo.



A postagem deste blog: “A Música na Semana de 22: Villa-Lobos e Guiomar Novaes”, de 29/01/2008, foi revista e atualizada em 2012. Com o passar do tempo, novos detalhes foram sendo arregimentados. Agora, em 2017, cumprindo parte dos objetivos do Retalhos do Modernismo, nova atualização. Após novas pesquisas, achei por bem postar o quanto antes os novos dados encontrados, exclusivamente sobre Heitor Villa Lobos. A pesquisa não termina nunca. Essa é a sua grande virtude. Ao encontrar novos fatos, fotos, estudos e evidências pertinentes, basta “remendar” com esses novos “retalhos”. E foi assim. Quando se trata de biografia a pesquisa torna-se mais complexa. Vasco Mariz, o musicólogo e biógrafo, um dos mais eficientes estudiosos do Villa-Lobos, “remendou” a biografia do Maestro e publicou dezenas de livros sobre o nosso grande Maestro. Atualmente: o pesquisador de Villa-Lobos encontra uma infinidade de publicações a respeito, podendo ainda desfrutar do site oficial do Músico (Museu Villa-Lobos), por sinal, espetacular: http://www.museuvillalobos.org.br/.
Sei muito bem que para os aficionados de Villa-Lobos o que mais importa é a sua música. Mas creio que, para conhecer a obra de um artista, independente do seu seguimento, é importantíssimo conhecer sua vida – por isso, a Síntese Biográfica.
Existem vários livros no mercado sobre Villa-Lobos, suas composições, seus métodos, seus estudos e sua biografia. Segundo o escritor Paulo Renato Guérios (autor do livro: Heitor Villa-Lobos: o caminho sinuoso da predestinação, Edição do Autor, Curitiba, 2009), existem mais de quatro dezenas de biografias de Villa-Lobos, escritas nas mais diversas línguas. E, como mencionado, Vasco Mariz foi o autor da primeira obra biográfica sobre Villa-Lobos – isso em 1946, e publicada em 1949, pela Divisão Cultural do Ministério das Relações Exteriores (Mariz era diplomata), com o Villa ainda vivo. Mesmo assim, os dados da infância e da adolescência de Villa são obscuros. Paulo Renato Guérios, na pág. 27, menciona: O musicólogo Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, no prefácio que escreveu para a primeira edição do livro (de autoria de Vasco Mariz), não se furta comentar que nenhum especialista de renome (inclusive ele próprio) tinha se disposto a escrever tal obra: “a complexidade da fisionomia artística de Villa-Lobos, a fabulosa extensão e a variedade de sua obra, impunham um respeito quase sagrado”. “A afoiteza da mocidade sobrepôs-se a esse respeito, desconhecendo os escrúpulos dos mais velhos e deu-nos o livro de que precisávamos”. Sendo assim, desde 1946, para falar de Villa-Lobos, obrigatoriamente, temos que passar pela biografia elaborada por Vasco Mariz. 
É do conhecimento de todos os estudiosos e pesquisadores, que o nosso Maestro tinha um defeito que prejudicou muito os seus biógrafos: “Villa era mentiroso. As mentiras eram quando perguntavam sobre a pessoa dele”. Prova disso são as diversas versões que ele deu sobre sua verdadeira idade. A cada vez perguntado, Villa dizia uma data. Apesar da confusão estabelecida, a atitude de Villa acabou propiciando aos biógrafos atenção redobrada nas pesquisas – além da ansiedade provocada aos pesquisadores em acertar. Enfim, o fato das mentiras acabou, intencionalmente, provocando intensificação nas pesquisas e propiciando novas descobertas de outras facetas do biografado.
O Retalhos procura, de forma simples, arregimentar dados dos biógrafos, mestres e pesquisadores existentes e disponíveis. Adiciona um pouco mais de “recheio” na biografia a ser postada aqui com outras informações da época enfocada, dados históricos, depoimentos, cartas e notas pertinentes a intelectuais importantes do período. Esse “recheio”, que não consta na formatação das biografias clássicas, permite que a leitura da biografia torne-se “um pouco” mais agradável, pois quebra a sequência sistemática e repetitiva, tipo relógio-cuco. Somente isso. No caso do Villa-Lobos procurei adicionar algumas cartas trocadas entre Mário de Andrade e Manuel Bandeira (São apenas alguns trechos importantes que nos proporcionam uma visão diferenciada do pensamento e do convívio que tinham com o Villa). Foram adicionados também alguns depoimentos e até textos do próprio Villa.
 Gosto de enfatizar a importância dos livros publicados oriundos de incansável, profunda e responsável pesquisa. É muito cômodo entrar na Internet e “buscar” pelo assunto desejado. Após leitura, desliga-se o computador, permanecendo poucos dados na memória do leitor. As anotações parciais não produzem nada, pois se transformam em apenas “lembretes”. Ainda, graças a Deus, o importante são os livros. Neste nosso caso, Villa-Lobos, cravo aqui, com satisfação, singela divulgação do livro (não tenho esse hábito, pois temo pela minha euforia) de autoria do Paulo Renato Guérios [mestre e doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001/2007), com doutorado sanduíche na École des hautes Études en Sciences Sociales (Paris, 2004). É professor adjunto e chefe do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná], título mencionado no terceiro parágrafo acima. Os que tiverem a possibilidade de adquirir essa obra vão estar diante de um enorme apanhado da vida e obra de Villa-Lobos. Um trabalho maravilhoso do Guérios, que merece ser turibulado não só pelos pesquisadores, estudantes, músicos e aficionados do Villa, mas por todos aqueles que valorizam os bons escritores e respeitáveis pesquisadores nacionais. Realmente é uma obra de grandiosa importância, que devemos, como brasileiros, ter a honra de conhecer e propagar. Quem se interessar em adquirir essa obra, basta entrar em contato com: Editora Parabolé: contato@parabole.com.br ou no site www.parabole.com.br. A obra de Paulo Renato Guérios é uma exata fotografia do Maestro Villa-Lobos.
O Dileto leitor que conheceu a postagem “A Música na Semana de 22: Villa-Lobos e Guiomar Novaes”, antes da penúltima revisão, estranhará o fato de ter excluído a síntese biográfica da pianista Guiomar Novaes. É falta de tempo mesmo. A pesquisa sobre Guiomar é escassa. Mas ela virá para o Blog Retalhos do Modernismo. Aproveito para solicitar o seguinte: Caso alguém possua algum texto ou informação inédita dessa nossa Pianista, por gentileza: “entre em contato”. Por enquanto, somente “Villa-Lobos”.

Clique no link abaixo para ser conduzido 
até a postagem revisada:
 
http://literalmeida.blogspot.com.br/2008/01/msica-na-semana-de-22.html 


(Luiz de Almeida)

2 comentários:

  1. Viajo pouco, por este universo virtual, só o necessário para absorver o que me interessa. Villa-Lobos me interessa, como me interessa Alberto Nepomuceno, lá do Ceará (espero que o conheça).

    Digo isso, depois de ler o seu comentário no grupo Padaria Espiritual, do "facebook". Deixei lá um comentário, certamente você lerá.

    Não sou literata, mas gosto de Literatura, Música e tudo que "alimenta o espírito".

    Criei um blog, "Da cadeirinha de Arruar" onde lanço escritos sobre a minha família. Convido-o a fazer uma vista por lá.
    Para "despertar" o seu maior interesse, adianto que um tio-avô meu, João de Oliveira Paiva, músico, foi membro da Padaria Espiritual, mas nunca é citado.
    Seu irmão, Manoel de Oliveira Paiva, foi homenageado, em uma Polianteia, pelos "padeiros" em edição especial do jornal "O Pão", quando de sua morte, em setembro de 1892, logo depois da criação do movimento.
    Alberto Nepomuceno, o maestro, era sobrinho dos Oliveira Paiva.

    Venho publicando uma biografia de Manoel de Oliveira Paiva, autor de "Dona Guidinha do Poço", escrito por J.Paiva, meu saudoso pai.

    No mais, um abraço. Nos encontraremos, com certeza.
    Lúcia

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  2. Dileta Lúcia: Obrigado pela visita e pela consideração. Estive no Teu blog. Preciso de mais tempo para degustá-lo. Acho que estamos no mesmo barco. Sou autodidata, mas estudo e pesquiso muito. Diploma é importante para o trabalho. Poderia te-lo, mas na falta, creio que produzo mais, pois sou apaixonado pela literatura nacional. Não entendo muito de música. Sou somente ouvinte. Creio que de agora em diante meu projeto da Padaria Espiritual vai decolar. Conto com Você. Abraços terno e fraterno e: "ESTEJA E SEJA E FIQUE FELIZ!"

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