sábado, 19 de março de 2011

ALBERTO DA VEIGA GUIGNARD


GUIGNARD E O SEU REINADO

 Guignard - Foto Reprodução.

INTRODUÇÃO

(Luiz de Almeida)

Existem datas que estão no rol das classificadas como “comemorativas”. Normalmente são comemorados eventos e fatos relevantes que marcaram época: Eventos que mereceram registros por terem proporcionado mudanças significativas na história ou apenas importantes pela própria realização; Acontecimentos como  nascimentos e mortes de pessoas que foram destaques em suas atividades, etc. Nos seguimentos das Artes, por exemplo, aqui no Brasil, em fevereiro (mês passado), comemoramos o aniversário da realização da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922 (Evento que, após sua realização, proporcionou nos anos seguintes, alterações importantíssimas principalmente na literatura e nas artes plásticas nacionais). No referido mês tivemos muitos outros registros históricos que mereceram comemoração. Vamos focar apenas no seguimento artístico, como por exemplo:
- Nascimentos: Victor Brecheret (1884), Guiomar Novaes (1894) e de Pietro Maria Bardi (1900); Aniversários de morte: Mário de Andrade (1945), do artista plástico Cândido Portinari (1962), do compositor Ary Barroso (1964), do ator de cinema, teatro e TV Jardel Filho (1983), do cantor e compositor Nelson Cavaquinho (1986), do lexicólogo Aurélio Buarque de Holanda (1989). Muitos dos citados e dos fatos não foram lembrados. Isso é muito comum no Brasil. Estamos costumados com essa nossa falha cultural, mas já melhorou muito, graças a Deus. E, este blog, atendendo aos seus objetivos primeiros, não poderia deixar passar em branco um acontecimento: “Dia 25 de fevereiro de 1896, nascia em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, aquele que efetivaria o Modernismo em Minas Gerais, Alberto da Veiga GUIGNARD”. Por tudo que esse artista plástico e mestre fez, o RETALHOS DO MODERNISMO crava aqui uma simplória, mas importante lembrança da vida desse “ícone das artes plásticas”.  

Após estudar vida e obra, hoje tenho meu próprio Guignard, não fictício, não efêmero: real. Fisicamente um desastre. Tão feio quanto Mário de Andrade. Nariz torto e lábio superior deformado pela lagoquilia, um fanho inusitado, pois conseguia falar rindo, principalmente quando estava ébrio. Um grande “chupa-rolha”, que chegou a trocar suas obras por pratos de comida e garrafas de bebida. Mesmo estando constantemente afundado em dívidas, vestia-se com elegância. Era educadíssimo. Galanteador apurado, não perdia a oportunidade para beijar as mãos de belas senhoras e senhorinhas. Um brincalhão de primeira linha, principalmente com sua própria vida. Certa vez chegou a afirmar que para pagar suas dívidas utilizava a seguinte estratégia:
- “Pinto um Santo Antônio e vendo barato. Há sempre moças solteiras dispostas a comprar”.
Quando sóbrio saía na sua Rural Willys, azul e branca, 6 cilindros, placas 27646, buscando distrair sua solidão. No ateliê (mesmo numa bagunça generalizada), desenhava e pintava para ludibriar suas grandes tristezas: a morte não explicada do pai, o abandono da esposa, a morte da mãe, a falta de dinheiro e a solidão. Deixou sua melancolia, sua dor e a escuridão que as lembranças de uma vida sofrida o proporcionaram, estampadas e patenteadas em várias obras, característica quase totalitária e inerente. (Particularmente não sou adepto a essa dedução. Prefiro afirmar que o meu Guignard, como artista plástico é = “puro lirismo, intrínseco”). Sua vida difícil fez com que ele vagasse por quartos horrendos de pensões e hotéis e, quando bêbado, sempre encontrou um amigo ou conhecido aqui ou acolá que o escoltasse.  Sua adesão ao alcoolismo foi intensificada na década de 50. Devia em vários botecos. Alguns, talvez com pena, aceitavam algum desenho ou quadro como forma de pagamento. Apesar de toda tristimania interior, aprontava algumas peripécias. Dizem que certa vez, estacionou sua Rural e entrou numa igreja, em Ouro Preto, e surrupiou um vaso de prata. Foi flagrado por uma beata que o dedurou. A polícia foi até a casa do artista e bateu à sua porta. Mesmo sabendo do que se tratava, o “santo” (como o chamava Di Cavalcanti), não atendeu e a polícia arrombou a porta. Guignard foi preso. Levado a julgamento, foi absolvido pela Justiça, que reconheceu ter o pintor se apoderado do vaso apenas com o intuito de retratá-lo para depois devolvê-lo.
Esses fatos e outros que não necessitam ser descritos, não afetaram a vida artística do filho friburguense do casal Alberto e Leonor. Morou na Suíça, França, Alemanha e Itália. Frequentou escolas em Paris, Nice e Munique. Admirava a arte de Rembrandt, Van Gogh, Tintoretto e Goya – mas chegou a declarar que considerava Botticelli o maior dos pintores. Conheceu Picasso. Estudou e interessou-se muito pela técnica e forma de Matisse. Na Europa, o Ninito, como Guignard era chamado carinhosamente pela mãe, presenciou uma gama substancial de estilos e movimentos artísticos. Não aderiu a nenhum, mas criou o seu, até nossos dias, inconfundível e incomparável. Suas obras relevantes foram geradas em solo brasileiro, pois em 1929 ele retorna da Europa e se fixa no Rio de Janeiro, antes de mudar-se para Belo Horizonte. Aqui ele produziu lirismo e humanismo. Sensibilidade aguçada, uma ternura peculiar, Guignard possuía outro talento invejável: memória fotográfica. Basta degustarmos suas obras para encontrar retratos perfeitos e repletos de detalhes não captados por observadores criteriosos, por mais esforço que se faça. Suas telas com paisagens são retratações fidedignas dos lugares focados.
Sua produção artística é imensa. Alem das paisagens, retratos, natureza morta, e muitas telas com motivos religiosos. As que retratam Cristo e São Sebastião são peculiares. Seus desenhos são inconfundíveis. Quem melhor definiu a produção artística de Guignard, pelo menos para mim, foi Frederico Morais, no catálogo da exposição “O Humanismo Lírico de Guignard”, que transcrevo a seguir na íntegra:
- (...). Este capítulo da produção guignardiana pode ser analisado em três vertentes. A primeira é constituída pela obra propriamente decorativa, aquela que extrapola os limites da tela e do papel, para se fixar em tetos, murais, painéis, móveis, objetos vários. Neste particular, a obra-prima é o teto que pintou, em 1943, no palacete da rua Rumânia, no Cosme Velho, hoje sede do Rio-Arte. // A segunda vertente é constituída por cartões natalinos ou de aniversário, avisos, bilhetes, convites e dedicatórias para seus alunos e os cadernos com “pensamentos”, aforismos e desenhos com que presenteou algumas amigas. Podem ser situados nessa mesma vertente, os inúmeros “desenhos de bar” e outros, cheios de irreverência, nos quais também se auto-representa, metalinguisticamente, e que incluem textos que falam de seu encantamento pela vida ou pela paisagem que tem à sua frente e, finalmente, as ilustrações para poemas. // A terceira vertente compreende aquilo que, de decorativo, encontra-se na pintura de cavalete, nos retratos ou arranjos de florais, nos estampados dos vestidos e na ornamentação em torno de seus modelos femininos e até no modo como assina muitas de suas telas e painéis.
Era 1944. Juscelino Kubitschek, quando prefeito de Belo Horizonte (MG), um homem de inteligência e cultura fora do normal dentre os grandes “intelectos” brasileiros, chama Guignard para estruturar a arte na capital mineira. Foi a grande oportunidade que ele teve para que seu talento fosse colocado no zênite da cultura mineira. Juscelino pediu que Guignard instalasse um Curso de Desenho e Pintura no recém-criado Instituto de Belas Artes. E foi isso que Guignard fez. Naquele mesmo ano, ajudado por Oswald de Andrade, Guignard promoveu a “I Exposição de Arte Moderna de Belo Horizonte”, no Edifício Mariana. Chamou artistas modernistas para participarem daquela exposição, entre muitos: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Djanira, Emiliano Di Cavalcanti, Portinari, Rego Monteiro, Lasar Segall, Ismael Nery, Volpi, Rebolo, etc. Guignard não imaginava, mas a exposição provocou muita polêmica e confusão, chegando ao ponto de oito telas sofrerem cortes com gilete, promovidos por visitantes aliciados pelas correntes reacionárias. Foi assim que aquele crianção desconjuntado começou a ser visto como grande artista, fato que sempre mereceu.
Ele não apregoava e nem alardeava as idéias dos modernistas da Semana de 22, principalmente as do “Grupo dos Cinco”, mas a sua modernidade ele estampou nas suas obras e, queiram ou não, Zina Aita(*) foi a pioneira com uma exposição em 1920, mas foi Guignard que consolidou o modernismo em Minas Gerais. Talvez não gostasse muito de ser intitulado “modernista”. Preferia talvez, nacionalista, pois o nacionalismo-lírico impregnou sua arte pictórica após 1930. 
(*) Veja sobre Zina Aita em:
 Até sua morte em 1962, Guignard dedicou-se a ensinar a arte da pintura, não deixando nunca de cravar nos papéis, madeiras e telas o produto final do talento que o Grande Artista (assim ele falava de Deus) havia lhe conferido. Mesmo assim, em 1962, no nosso país, Guignard ainda não era conhecido e reconhecido como Di Cavalcanti, que naquele ano, viajou até Paris e depois para Moscou para participar de exposições e congressos; como Tarsila do Amaral, que também naquele ano, expunha sua arte no Museu de Arte Moderna em São Paulo.


Tenho certeza que Guignard, definido por José Aberto Nemer como: “pintor para pintores” e “o artista que plasmou seu imaginário com um domínio absoluto da técnica” - não se importou muito com o tardio reconhecimento da sua arte. Se dissesse a ele que se tornou um “monstro sagrado” das artes plásticas brasileira, definido por Portinari como “o maior de todos nós”, e que aqui no Retalhos eu o defino como “o grande e incomensurável Guignard”, daria um sorriso de canto de boca e diria:
- Então chamem os meus alunos... O Iberê Camargo e o Amilcar de Castro, a Lygia Clark, a Elisa Byington e a Geza Heller, o Bandeira, o Alcides da Rocha Miranda, a Maria Campelo, o Werner Amacher, a Vera Mindlin, o Milton Ribeiro, o Di Cavalcanti... Ah! Não se esqueçam do  Juscelino... E vamos tomar uma pra comemorar, uái!

Elaborei a introdução acima para deixar cravado no Retalhos do Modernismo um pouco do Reinado do “carioneiro” (mistura de carioca com mineiro): Alberto da Veiga Guignard: “o humanista lírico” que nascera em fevereiro de 1896, e que viveu e morreu (1962), em Minas Gerais; o “Rei Guignard”, amado por todos e reverenciado não só por intelectuais e artistas plásticos, mas por todos que passam a conhecer sua vida e suas obras. Guignard nasceu para reinar e criou seu próprio reinado. É por isso que Cecília Meireles em “Improviso para Guignard”, escreveu:

“Árvore de nuvens
e flores do Mar:
- Levai-me a esse mundo
do rei Guignard!
Em barcos e flores
iremos cantar
às aves e aos peixes
dos rei Guignard!
As rochas de espuma
as conchas de luar
o sonho pousado em ramagens de mar
Levai-me a esse reino do rei Guignard.” 


Família do Fuzileiro Naval
(Óleo s/ madeira. 58 x 48)
Esta obra é uma das Peças da Coleção de Mário de Andrade
- MAM, São Paulo - 1950

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Na sequência: 
Síntese Biográfica 
(ainda não concluída)

1896 – 25 de fevereiro: nasce em Nova Friburgo – RJ, Alberto da Veiga Guignard. Nasce com lábio leporino, fato que nunca escondeu, nem mesmo nos auto-retratos e outras pinturas. Seus pais: Alberto José Guignard e Leonor Augusta da Silva Veiga Guignard;
- Adendo: Fundada a Academia Brasileira de Letras.
1897
- Adendo: 6 setembro, nasce no Rio de Janeiro o futuro amigo de Guignard, Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo (Di Cavalcanti).
1898
- Adendo: 20 de setembro, nasce na cidade de São Paulo, o futuro poeta, ensaísta e crítico de Artes, Sérgio Milliet.
1899
- Adendo: 16 de junho, Dante Milano, futuro poeta, nasce no Rio de Janeiro. 10 de agosto, nasce na cidade de Amparo da Barra, RJ., outro futuro artista plástico, Flávio Resende de Carvalho. 
1900 - Nasce a irmã Leonor, em Petrópolis, RJ;
- Adendo: Nasce em Belo Horizonte a futura artista plástica Tereza Aita, a Zina Aita. É catalogada como a primeira artista modernista a expor suas obras em Minas Gerais, em 1920, antes da realização da Semana de Arte Moderna.
1901
- Adendo: Nasce no Rio de Janeiro a futura poeta e amiga de Guignard, Cecília Meireles.
1906 – Falece o pai, com um tiro num “acidente” limpando uma arma de fogo. Até hoje não sabe-se ao certo se realmente foi acidente ou suicídio. Guignard realiza os primeiros estudos no Colégio Franco-Brasileiro de Petrópolis. No Rio de Janeiro estuda no Colégio Paula Freitas;
- Adendo: 12 de novembro - Santos Dumont pilota o 14-Bis no primeiro vôo público em aeroplano.
1907/1908com o seguro recebido com a morte do pai, sua mão paga as dívidas da família. Um ano após o falecimento do pai, sua mãe casa-se com o barão, de origem alemã, Frederico Von Schilgen. A família muda-se para a Europa, Vevey, Suíça. Nesse período Guignard conclui seus estudos em escola particular. O relacionamento de Guignard com o padrasto é péssimo, fato esse confirmado pelo próprio artista anos mais tarde;  
1908
- Adendo: Morte do escritor Machado de Assis.
1909 - Reside num castelo em Momères, França, por dois anos. Estuda nos Liceus de Bagnéres-de-Bigorne, Altos Pirineus, e Tarbes, Baixos Pirineus, no sul da França e em Nice.
1909
- Adendo: Em Janeiro era inaugurado o Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
1910
- Adendo: Anita Malfatti, financiada pelo seu tio e padrinho, Jorge Krug, chega a Berlin. Anita inicia os estudos de pintura no ateliê do artista Fritz Burger, passando ele assim a ser o primeiro mestre de Anita. Depois de 6 meses de estudo com Fritz Burger, Anita prestou exames para ingressar na Academia Real de Belas Artes. Aprovada, matriculou-se nas disciplinas de História da Arte, Perspectiva e Pintura.
1911
- Adendo: 12 de Setembro era inaugurado o Teatro Municipal de São Paulo.
1914
- Adendo: Anita Malfatti retornava ao Brasil e no dia 23 de maio realizava a primeira exposição considerada modernista, em São Paulo. Eclodia a Primeira Grande Guerra.
1915 - Muda-se para Munique, Alemanha. É matriculado numa fazenda escola, em Freising, próximo a Munique, como interno. Nessa escola estuda agronomia e zootecnia;
1916/1917Guignard decide seguir carreira artística. Matricula-se na Real Academia de Belas Artes, em Munique. Estuda com artistas plásticos pertencentes ao Grupo Sezession: Hermann Groeber, pintor - e com o artista gráfico e ilustrador Adolpho Hengeler;
- Adendo: Na Rua Libero Badaró, centro de São Paulo, no nº 111, era inaugurada  a polêmica exposição de Anita Malfatti, no dia 12 de dezembro. No dia 20 de dezembro, no O Estado de S. Paulo, Monteiro Lobato escreve o artigo: “Paranóia ou mistificação?”, atacando violentamente a exposição da jovem Malfatti. Mário de Andrade publicava, sob o pseudônimo de Mário Sobral, Há uma gota de sangue em cada poema. Manuel Bandeira, futuro amigo de Guignard, iniciava sua vida literária com a publicação de “A Cinza das Horas”. Guilherme de Almeida publicava se primeiro livro de poemas: “Nós”. Menotti Del Picchia publicava seu segundo livro: “Moisés”. Oswald de Andrade conhecia Mário de Andrade. O Brasil declarava guerra à Alemanha.
1918 - Reside em Grasse, França, em uma casa de campo da família.
Viaja freqüentemente para a Suíça e a Itália. Em Floreça (Itália), estuda técnicas de desenho e pintura;
- Adendo: Fim da Primeira Grande Guerra.
1919
- Adendo: Cecília Meireles, futura amiga e admiradora de Guignard, estreava na literatura com a publicação de “Espectros”.
1920/1921 - Regressa a Munique, passando a morar numa pensão. Inicia pesquisa da arte flamenga na Pinacoteca daquela cidade. Volta a freqüentar a Real Academia de Belas Artes.
- Adendo: A Ford instalou, em 1920, sua primeira fábrica de montagem no Brasil. Nesse mesmo ano, foi inaugurada a primeira linha de ônibus urbanos de São Paulo. Victor Brecheret realizava exposição da primeira maquete do Monumento às Bandeiras, na Casa Byington, em São Paulo. Di Cavalcanti realizou na Casa Editora O Livro, em São Paulo, a Exposição Individual: “Di Cavalcanti: Pinturas”. Ainda em 1920, Tarsila do Amaral embarcou para a Europa, fixando-se em Paris.    
1922 – Participa da exposição coletiva “Mostra Oficial de Munique”, Alemanha;
- Adendo: Em Fevereiro, acontecia os Festivais da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Os modernistas paulistas fundam a revista “Klaxon”. Em Junho, Tarsila do Amaral retornava da Europa e, por intermédio de Anita Malfatti, entrava em contato com os modernistas paulistas.
1923 – Em Munique, em 28 de fevereiro, casa-se a estudante de música e filha do proprietário da pensão onde reside, Anna Doering, 25 anos, três meses depois de conhecê-la. Em plena lua de mel é abandonado pela esposa. Realiza exposição no Salão de Outono de Paris. Participa de exposição coletiva no Palácio de Vidro, em Munique. Ingressa no comércio de arte e antiguidades;
- Adendo:  Chegava ao Brasil, no final do ano, o artista plástico Lasar Segall. Tarsila do Amaral conclui a obra “A Negra”.
1924 - Realiza uma breve viagem ao Brasil, onde participa da 31ª Exposição Geral de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Recebe o prêmio: Menção Honrosa;
- Adendo: O poeta franco-suíço Blaise Cendrars visitava o Brasil a convite de Paulo Prado.
1925 - Reside em Florença, por um período aproximado de três anos, na Pensão Banchi da Piazza Independenzia;
1926 - Falece sua mãe em Menton, Riviera Francesa;
- Adendo: Em janeiro surgia o Partido Democrático. Em junho, na Rue La Boétie, 38 – Galerie Percier, Paris: Exposição de Tarsila do Amaral.
1927 - Expõe no Salão do Outono, em Paris;
1928Em Paris: conhece Picasso e Utrillo. Passa a residir na cidade. Expõe no Salão do Outono. Participa da 16ª Bienal de Veneza;
- Adendo: Mário de Andrade publicava Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter – 800 exemplares, lançado em 26 de julho. Tarsila do Amaral conluia sua grande obra “Abaporu”, inspirando o movimento Antropofágico.  
1929 - Expõe no Salão dos Independentes, no Grand Palais, em Paris. Falece em Munique sua única irmã. Retorna definitivamente ao Brasil, residindo no Rio de Janeiro. Participa da 36ª Exposição Geral de Belas Artes, no Rio, recebendo medalha de bronze. Participa de exposição coletiva no XI Salão de Arte de Rosário, Argentina, onde recebe o 2º prêmio de pintura. Torna-se amigo dos pintores Pedro Correia de Araújo, Ismael Nery, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi; dos escritores Murilo Mendes, Jorge de Lima e Aníbal Machado. Participa da exposição coletiva no Salon des Indépendants, na Société des Artistes Indépendants – Paris;
1930 – Morre a ex-esposa. Instala seu ateliê no Jardim Botânico, RJ. Realiza exposição individual em Buenos Aires – Argentina. Participa da 37ª Exposição Geral de Belas Artes, RJ., e da coletiva The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Roerich Museum, em  Nova Iorque, juntamente com Tarsila, Almeida Júnior, dentre outros. Inicia uma série de obras de tendência surrealista, cuja produção se concentra nesta década. Participa, como diretor artístico, de festas carnavalescas e da organização de exposições para a Pró-Arte, sociedade destinada a promover o intercâmbio cultural Brasil-Alemanha, função que exerce até o ano de 1939. Inicia sua atuação como professor de desenho e de pintura para meninas órfãs de militares das Forças Armadas, na Fundação Osório, Rio de Janeiro, atividade que manteve até 1943. Torna-se amigo de Rodrigo Mello Franco de Andrade e Manuel Bandeira;
- Adendo: Guilherme de Almeida era eleito para a Academia Brasileira de Letras. Eclodia no Brasil a chamada “Revolução de 30”. Getúlio Vargas assumia o poder.
1931 - Ilustra, a bico de pena, dois livros não publicados de Pontes de Miranda: O Sábio e o Artista e O Diálogo do Livro e do Desenho. Em Setembro, participa, com 27 trabalhos, da 38ª Exposição Geral de Belas Artes, denominada de Salão Revolucionário, dirigido pelo arquiteto Lúcio Costa, sendo destacado por Mário de Andrade como uma de suas revelações. Essa exposição teve a participação de artistas modernos de São Paulo, Rio, Minas. De Recife viera Cícero Dias. Outros que figuraram nessa exposição: Anita Malfatti, Brecheret, Segall, Gomide, Tarsila, Flávio de Carvalho, Ismael Nery, Portinari, Regina Gomide Braz, etc.;

- Adendo: A estátua do Cristo Redentor é inaugurada no Corcovado, Rio de Janeiro, em 12 de outubro.

1932 - Conhece no Rio a pianista Amalita Fontenelle e, ao longo de cinco anos, confecciona um álbum a ela dedicado, com mais de uma centena de cartões. É nomeado diretor artístico de festas carnavalescas e organizador de exposições para a Sociedade Pró-Arte, no Rio de Janeiro e participa do 2º Salão da Pró-Arte – ENBA – RJ;

- Adendo: 9 de Julho: eclodia em São Paulo a "Revolução Constitucionalista. Vários intelectuais participaram ativamente da Revolução, tais como: Guilherme de Almeida, Tácito de Almeida, Menotti Del Picchia, René Thiollier, dentre outros. 6 de outubro: Plínio Salgado lança um manifesto criando a Ação Integralista Brasileira, movimento fascista brasileiro. 

1933 – Participa da 2.ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas, São Paulo. Participa da Mostra de Arte Social, no Clube Municipal do Rio de Janeiro e do 3º Salão da Pró-Arte – ENBA – RJ;
1934 - Participa do I Salão Paulista de Artes, em São Paulo. Realiza exposição individual em Buenos Aires – Argentina. Participa no Rio de Janeiro, do 4º Salão da Pró-Arte;
- Adendo: Em São Paulo, através do Decreto nº 6.784, de 19 de outubro, a Academia Paulista de Letras era reconhecida como entidade de Utilidade Pública. Mário de Andrade era nomeado Diretor do Departamento de Cultura do Município de São Paulo. Em 16 de julho a nova Constituição foi apresentada ao País. Getúlio Vargas era eleito Presidente Constitucional do Brasil.
1935 - Participa, com uma série de desenhos sobre favelas, da Mostra de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna do Rio de Janeiro. Participa do Salão de Auto-Retratos, na Associação dos Artistas Brasileiros, RJ. Alista-se no Exército Nacional, onde recebeu o certificado de reservista de 3ª Categoria;
- Adendo: 15 de fevereiro: falecia no Rio de Janeiro o escritor e historiador Ronald de Carvalho, vítima de um desastre de automóvel.
1936 - Integra, ao lado de Cândido Portinari, o corpo docente do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, Rio de Janeiro, lecionando desenho livre por seis meses. Essa sua participação não deu certo, como relata em carta (s/d) a Portinari: “Você bem conhece a minha maneira de trabalhar e sinto muito dever lhe dizer que tudo vai ao contrário, e assim para mim, como artista, com idéias justas e leais, essa causa me magoou muito”. Participa da Mostra Coletiva de Arte Brasileira em Pittsburgh, Toledo e Cleveland, sob o patrocínio da Carnegie Internacional Exhibition of Paintings, EUA. Participa da exposição coletiva no 42º Salão Nacional de Belas Artes, no Instituto de Previdência, RJ;
- Adendo: Implantação do Estado Novo.
1937 - Realiza individual na Nova Galeria de Arte, RJ. Participa do I Salão de Maio, em São Paulo. Participa do Salão Oficial Argentino, Buenos Aires, recebendo o 2º prêmio em pintura, com o quadro Bambus.
1938 – Realiza exposições individuais em Berlim – Alemanha, com o patrocínio da Associação de Artistas Brasileiros, Sociedade Pró-Arte e Instituto Teuto-Brasileiro, e no Palace Hotel – RJ. Participa da exposição coletiva no 2.º Salão de Maio, no Esplanada Hotel, em São Paulo (Nesta exposição, Mário de Andrade adquiriu-lhe: A Família do Fuzileiro Naval). Participou também da exposição coletiva na Mostra da Sociedade Pró-Arte, RJ. Participa da coletiva no 44º Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e também da exposição coletiva no 5º Salão Paulista de Belas Artes, São Paulo. Pinta no Hotel Riviera, em Copacabana, dois grandes painéis, Amanhecer e Entardecer, com cercaduras alusivas a região amazônica;
1939 – Participou da exposição coletiva do 45.º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA – RJ, ocasião que recebeu Medalha de Prata, categoria pintura. Pinta Noite de São João;
- Adendo: Eclodia a Segunda Grande Guerra.
1940 – Por causa do alcoolismo, fica no Hotel Repouso, em Itatiaia – RJ, por quatro meses. Pinta o interior da sua cabana (preservada como Cabana Guignard) e o próprio hotel. Participa do 46º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA – Rio de Janeiro e recebe o prêmio Viagem ao País, com o quadro As Gêmeas. Recebe também o prêmio Medalha de Prata, categoria desenho. Realiza a pintura de três painéis no Café e Restaurante Progresso, localizado à Rua Barata Ribeiro, nº 218, já demolido. Enfrenta um período de problemas financeiros e de saúde;
- Adendo: Em 3 de setembro, falecia em São Paulo o poeta, irmão de Guilherme de Almeida, Tácito de Almeida.
1941 – Integra a Comissão Organizadora do Salão Nacional de Belas Artes, com Aníbal Matos e Oscar Niemeyer, dentre outros, sendo responsável pela Superintendência da Divisão de Arte Moderna. Participa do júri do Salão Nacional de Belas Artes que, pela primeira vez, concede o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro a um artista moderno: José Pancetti. Em virtude do prêmio Viagem ao País, obtido no ano anterior, viaja pelos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Participa do 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA – RJ;  
- Adendo: 18 de março – o Tribunal de Segurança Nacional decretava a prisão preventiva de Lobato. No dia seguinte o escritor é novamente preso, levado à DEOPS e, de lá, à Casa de Detenção. Em Agosto, para desespero de Monteiro Lobato, Getúlio Vargas é eleito para a Academia Brasileira de Letras.
1942 – Participa do 48ª Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna, recebendo medalha de ouro com a paisagem Serra do Mar, Itatiaia. Ensina desenho e pintura na sede da União Nacional dos Estudantes, Rio de Janeiro, por dois meses. Publicação do Álbum Guignard, com desenhos e ilustrações para poemas de Castro Alves, Múcio Leão e Jorge de Lima. O Museu de Arte Moderna de New York adquire o quadro Noite de São João e um desenho, por escolha do crítico de arte Lincoln Kirstein. O Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes realiza exposição de obras de Guignard, executadas no período em que viveu em Itatiaia. Inicia sua fase de ilustrador de livros de autores nacionais. Passa a residir na casa de Barros Carvalho, onde realiza pintura no teto – (atualmente é a sede da Rio Arte). Realiza exposição individual - ENBA – RJ;

- Adendo: 28 de janeiro - Em resposta ao afundamento de navios brasileiros pelos alemães, o govergo anunciava o rompimento com a Alemanha e Itália. Em 31 de agosto: declarado estado de guerra em todo território nacional. Getúlio Vargas, por meio do decreto-lei 4.791, de 4 de outubro, instituía o "Cruzeiro" como unidade monetária brasileira.

1943 – Fixa atelier coletivo no Rio, com Alcides da Rocha Miranda, Iberê Camargo, Milton Ribeiro, Werner, Harnacher, Maria Campelo e Vera Mindlin, entre outros, na Rua Marquês de Abrantes, nº 4. O grupo é batizado por Manuel Bandeira com o nome A Nova Flor de Abacate, numa alusão ao dancing Flor de Abacate, que funcionava nas proximidades. A única exposição do grupo, realizada no Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes, é fechada por alunos conservadores e reinaugurada na Associação Brasileira de Imprensa. Realiza a pintura do teto da residência do senador Barros de Carvalho, situada na Rua Rumênia, nº 20, Rio de Janeiro. São nove painéis, com o tema Paisagem de Olinda. Ilustra o livro Miraceli, um poema de Jorge de Lima. Ilustra o livro Poemas Traduzidos, de Manuel Bandeira. Participa da Exposição Anti-Eixo, organizada pela Liga de Defesa Nacional na Associação Brasileira de Imprensa, ABI, RJ. Participa do 49º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA, RJ;
1944 – Em março, muda-se para Minas Gerais a convite do prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek de Oliveira para montar uma escola de artes em Belo Horizonte – Escola do Parque Municipal, objetivando passar sua visão acadêmica de arte a pintores mineiros em ascensão. Das gerações de seus alunos surgiram grandes expoentes da arte brasileira contemporânea. Guignard permanece ligado a Escola até a sua morte que, em sua homenagem, passa a chamar-se Escola Guignard. Nessa escola, segundo depoimento de José Alberto Nemer, para a Revista Bravo!: “Guignard inventou o desenho em que o lápis funcionava quase como um estilete cobre o papel – uma forma de conhecer a força da linha, a linha cirúrgica, asséptica, a linha capaz de afastar os germes patogênnicos da percepção falha”. Ministra curso livre de desenho no Colégio Anchieta, em Belo Horizonte. Participa da Exhibition of Modern Brazilian Painting, na Royal Academy, em Londres. Organiza com J. Guimarães Menegale a Exposição de Arte Moderna, em Belo Horizonte. O arquiteto Sylvio Vasconcellos leva Guignard nas pequenas viagens que realiza a serviço do SPHAN, às cidades históricas do ciclo do ouro. Inicia a série de pintura do Parque Municipal de Belo Horizonte, onde instala atelier ao ar livre. Inicia temporadas de trabalho nas cidades históricas, especialmente Sabará e Ouro Preto, montando seu ateliê.
- Adendo: Outubro de 1944 - Lobato recusava sua indicação para a Academia Brasileira de Letras, proposta por Cassiano Ricardo e Menotti Del Picchia. "Só serei 'imortal' se puserem esse grande gênio fora de lá a pontapés", diria, referindo-se a Getúlio Vargas.
1945 – Participa das exposições coletivas: “20 Artistas Brasileños”, no Museo Nacional de Bellas Artes, no Salones Nacionales de Exposición, na Comisión Municipal de Cultura e na Universidad de Santiago, em La Plata, Buenos Aires - Argentina, em Montevidéu – Uruguai e em Santiago, no Chile; da “Exhibition of Modern Brazilian Paintings”, na National Gallery of Scotland, Kelingrove Art Gallery, Victory Art Gallery, Bristol Museum Art Gallery e Manchester Art Gallery, em Edimburgo, Glasgow, na Escócia e Baht, Bristol e Manchester, na Inglaterra; da “Os Artistas Plásticos do Partido Comunista”, na Casa do Estudante, no Rio de Janeiro e do “51º Salão Nacional de Belas Artes”, no MNBA, RJ. Inicia a pintura do teto da residência de Paulo Gontijo e Leda Selma Dei Gontijo, com o tema Cidades Mineiras, na rua Caraça, nº 200, em Belo Horizonte.
- Adendo: 22-26 de Janeiro: Realização do I Congresso Brasileiro de Escritores, em São Paulo. 25 de fevereiro: falecia em São Paulo, na sua casa localizada na Rua Lopes Chaves, Mário de Andrade. Fim da Segunda Guerra Mundial. Getúlio Vargas era deposto. Com o fim do Estado Novo, inicia-se o período de democratização do Brasil. Morte de Hitler e Mussolini. Os Estados Unidos lançam duas bombas atômicas sobre o Japão.
1946 – Participa da Exposição Coletiva “Guignard e Seus Alunos”, na ABI (Associação Brasileira de Imprensa) – RJ. Realiza pintura a óleo sobre parede, com o tema Marília de Dirceu, na residência de Rodrigo Mello Franco de Andrade, em Ouro Preto, MG. Nessa cidade, também faz pinturas decorativas em móveis, no Pouso do Chico Rei, de propriedade dos amigos Pedro e Lili Correia de Araújo. Pinta em Belo Horizonte, no 11º andar do edifício Randrade, um grande mural que, após recoberto de tinta, foi restaurado em 1985. Germain Bazin, conservador do Museu do Louvre, visita a Escola do Parque. Guignard expõe na ABI, RJ, com os seus alunos mineiros. Conclui pintura do teto da residência de Paulo Gontijo e Leda Selma Dei Gontijo;
1947 – Participa do “53º Salão Nacional de Belas Artes”, no MNBA – RJ, categoria pintura. Pinta para a Feira de Amostras de Belo Horizonte o painel Paisagem Imaginária de Minas, em óleo sobre madeira, em exposição no Museu Casa Guignard, em Ouro Preto;
1948 – Participa do “54º Salão Nacional de Belas Artes” – Divisão Moderna, no MNBA – RJ e recebe a medalha de ouro na categoria de desenho. Pinta cenários para a peça A Vendedora de Borboletas, opereta em três atos, com texto de Zuleide Mello e música do maestro e compositor Arthur Bosmans. Pinta cenário para a Dama do Mar, de Ibsen, encenada no Teatro do Estudante de Minas Gerais, sob a direção de João Ceschiatti. Faz a capa do programa de balé da Ópera Comique e do Teatro Chatelet, de Paris, encenada pelo Conjunto Coreográfico Brasileiro, em Belo Horizonte;
1949 – Participa do “55º Salão Nacional de Belas Artes”, no MNBA – Rio de Janeiro. Realizou ilustrações para o livro: Passos Cegos, de Milton Pedrosa; Ilustra o livro Passos Cegos, do jornalista e escritor Milton Pedrosa. Pinta os retratos de Mônica e Patrícia, filhas de Antonio Joaquim e Lúcia Machado de Almeida, no período em que residiu com a família. Reencontra, em Ouro Preto, Cecília Meireles, sua amiga desde os tempos da Pró-Arte, no Rio, que a ele dedica o poema O que é que Ouro Preto tem?
1950 – Participa das exposições coletivas: “Guignard e Seus Alunos”, no Edifício Financial, em Belo Horizonte – MG; do “56º Salão Nacional de Belas Artes”, no MNBA – RJ e da “Um Século de Pintura Brasileira: 1850-1950”, organizada pelo MNBA na Bahia, em Pernambuco e Paraíba;
- Adendo: Getúlio Vargas volta ao Poder.
1951 – Participa da “1ª Bienal Internacional de São Paulo”, no MAM, em São Paulo, com as obras Paisagem do Parque Municipal, Retrato de Menino e Auto-Retrato. Participa do “57º Salão Nacional de Belas Artes” – Divisão Moderna, no MNBA – Rio de Janeiro e recebe a medalha de honra. Recebe medalha de honra, categoria pintura, no recém-criado Salão Nacional de Arte Moderna.
1952 – Organiza o 7º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, na Prefeitura de BH – MG. Participa das exposições coletivas: “2º Salão Nacional de Arte Moderna”, no MNBA – RJ; da “26ª Bienal de Veneza” – Itália; da “Exposição de Artistas Brasileiros”, no MAM – RJ; da “Exposição Internacional de Arte” – sala  especial de homenagem, promovida pela Associação de Cultura Franco-Brasileira, no Edifício Dantes, em BH – MG e do “1º Salão Nacional de Arte Moderna”, RJ. Realiza as ilustrações do livro: Os Halifax, de Alexandre Konder. Pinta o retrato da poeta e amiga Celina Ferreira. Existe uma carta de Guignard ao escritor Múcio Leão, de 1952, dentre outras o artista relata sua experiência como diretor e professor da “escola do parque”, de Belo Horizonte: “Nunca acreditei ser professor. Nasceu sem querer, e vai indo muito bem”;
1953 – Realiza a exposição individual: “Exposição de Alberto da Veiga Guignard”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Participa da exposição coletiva no “2º Salão Nacional de Arte Moderna”, no Rio de Janeiro. Realiza as ilustrações do livro: Marilia de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. Envia oito desenhos para a II Bienal de São Paulo, retirando-se da mostra em seguida, num gesto de apoio ao protesto de artistas paulistas contra a arbitrariedade dos organizadores;
- Adendo: Inauguração do Monumento às Bandeiras, em São Paulo, obra de Victor Brecheret.
1954 – Participa da exposição coletiva de “Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo”, no MAM, em São Paulo. Intensificam-se os períodos de trabalho e permanência em Ouro Preto até a sua mudança definitiva, no início da década de 60. Em Belo Horizonte reside, intermitentemente, na casa dos amigos Lúcia Machado de Almeida, Samuel Koogan e Mário Silésio;
- Adendo: Comemorações do Centenário da cidade de São Paulo. 24 de Agosto: suicídio de Getúlio Vargas. Dia 24 de outubro: morria em São Paulo, aos 64 anos, Oswald de Andrade.
1955 - Realiza pintura a óleo sobre parede, com o tema Visão de Minas, na residência de Caio Benjamim Dias, em Belo Horizonte. A Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprova o projeto nº 69, que concede Pensão Vitalícia a Guignard e abertura de um crédito especial para as suas despesas;

- Adendo: Falecia, em São Paulo, em 17 de dezembro, Victor Brecheret. Juscelino Kubitscheck vence as eleições presidencias com 36% do total de votos, em 3 de outubro.

1956 – Realiza a exposição: “Guignard: retrospectiva”, no IAB em São Paulo. Realiza as ilustrações do livro: Passeio a Sabará, de Lúcia Machado de Almeida. Realiza pintura decorativa em portas e armários, na residência de Hélio Hermeto, em Belo Horizonte. É realizada retrospectiva de sua obra, no Instituto de Arquitetos em São Paulo, organizada por David Libeskind. Passa a residir na casa do seu médico, Santiago Americano Freire, em Belo Horizonte, aí permanecendo por cinco anos;
1957 – Participa da exposição coletiva “Arte Moderno en Brasil”, no Museu Nacional de Bellas Artes, em Buenos Aires, Argentina.
1958 – Participa do “7º Salão Nacional de Arte Moderna", no MAM – RJ. Recebe a medalha comemorativa do Sesquicentenário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Participa do LXIII Salão Nacional de Belas Artes no Rio, Divisão Moderna;
1959 – Realiza as exposições individuais: “Guignard”, na Galeria Citadines Montmartre – RJ, “Guignard: retrospectiva”, no Automóvel Clube de Belo Horizonte – MG, e na Galeria Jorge Montmartre, no Rio de Janeiro. Participa da exposição coletiva: “30 Anos de Arte Brasileira”, no ENBA – RJ. Recebe a premiação “Medalha Personalidades de 1959”, em Artes Plásticas. Realiza, na residência de Santiago Americano Freire, pintura de biombo que apresenta, em uma de suas faces, homenagem a Leonardo da Vinci. Na residência de Gerty Von Smigay, em Belo Horizonte, pinta quatro painéis representando paisagens de Minas, em folhas de madeira de um armário. Pinta, na residência de Hélio Hermeto, sobre a superfície de um armário, 30 painéis que configuram sua última produção de paisagens;

- Adendo: 17 de novembro, morte do compositor Heitor Villa-Lobos.  

1960 – Realiza a exposição individual na Petite Galerie – RJ, com apresentação de Rubem Braga, quando recebe o prêmio de crítica, da Associação Brasileira de Críticos de Arte, ABCA. Realiza a exposição individual: “Guignard: retrospectiva”, no MAP,  em Belo Horizonte. Participa da exposição coletiva: “Col. Leirner”, na Galeria de Arte da Folha, em São Paulo. Realiza as ilustrações do livro: Passeio a Diamantina, de Lúcia Machado de Almeida. Recebe a medalha Personalidades de 1959 – Artes Plásticas, conferida pelos Diários e Emissoras Associados. Pinta os 14 Passos da Via-Sacra, em madeira, para a Capela de São Daniel, em Manguinhos, projetada por Oscar Niemeyer para o Parque Proletário de São José, RJ, a convite do governador João Sette Câmara. Referindo-se a si mesmo na terceira pessoa, nesse ano, Guignard descreve, com um toque de ironia, seu apego à escola de Belo Horizonte e aos jovens artistas, numa pequena nota autobiografia:  “Fundou a Escolinha de Guignard, que tem vivido por milagre e amor de alunos e mestre, e aqui mesmo ensinou a arte a diversas gerações de jovens. Adora ser cercado pela juventude, principalmente moças bonitas, e Ouro Preto é a sua cidade, amor, inspiração”.

- Adendo: 21 de abril: Inauguração de Brasília. 3 de outubro: Jânio Quadros é eleito presidente com 48 % dos votos válidos.
1961 – Muda-se para Ouro Preto – MG e monta ali seu ateliê. Segundo depoimento de Heloisa Aleixo Lustosa, no Suplemento da  Exposição “O Humanismo Lírico de Guignard”, p. 7: “(...). //Até a véspera de sua morte a 26 de junho de 1962, em Belo Horizonte, Guignard viveu em Ouro Preto, na casa cedida por meu pai, Pedro Aleixo, na Praça Antonio Dias, 80.(...).” É condecorado com a Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, no dia 21 de abril. É instituída a Fundação Guignard, destinada a zelar pelo bem estar físico e moral do pintor e proteger o seu patrimônio. Viaja à Europa em companhia de Helena e Santiago Americano Freire. Passa a residir em Ouro Preto, na casa de Pedro Aleixo, enquanto aguardava a restauração de sua casa, recém adquirida por Guignard para nela morar e instalar a Fundação. Realiza sua única obra histórica, A Execução de Tiradentes, a pedido de Juscelino Kubitschek de Oliveira. O Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte realiza retrospectiva da obra de Guignard, reunindo cerca de 100 obras;
- Adendo: Em janeiro, Jânio Quadros toma posse como Presidente; em agosto renúncia.
1962 Falece a 26 de junho de insuficiência cardíaca, Belo Horizonte, no Hospital São Lucas. No dia seguinte, foi sepultado em Ouro Preto – MG, no cemitério da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, conforme era o seu desejo. Nesse mesmo ano é estabelecido contrato de exclusividade com a Petite Galerie, Rio de Janeiro, para a venda de seus quadros, em todo o território nacional.

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FONTES PESQUISADAS:

- Amaral, Aracy A. Blaise Cendrars no Brasil e os modernistas. São Paulo: Editora 34, 1997.
- ______________. Tarsila: Sua Obra e Seu Tempo. São Paulo: Editora 34 & Edusp. 3ª Edição, 2003.
- Bandeira, Manuel. Andorinha, Andorinha. Ed. José Olympio, RJ. 2ª Edição, 1986 – pp. 54 a 58.
- Boghici, Jean. (amigo pessoal do pintor) – in. “Obra de Guignard Ganha o Destaque Merecido”, matéria de Beatriz Coelho Silva, no Caderno Pesquisa de “O Estado de S.Paulo – Ed. de 5 de Abril de 2000.
- Nemer, José Aberto. In: A Lírica de Guignard. Revista Bravo!, sd. pp. 44/47
- Santa Rosa, Nereide Schilaro. Alberto da Veiga Guignard. Ed. Moderna, SP. 1ª Edição, 2005.
- Zanini, Walter (Org.). História geral da arte no Brasil. Apresentação Walther Moreira Salles. São Paulo – Instituto Walther Moreira Salles – Fundação Djalma Guimarães, 1983.

Outras Fontes:

- Catálogo da Exposição “O Humanismo Lírico de Guignard” – Museu Nacional de Belas Artes, RJ. Edição especial, sd.

7 comentários:

  1. Luis Almeida, primeiro quero dizer que nunca sinta que invadiu meu e-mail, antes tenha certeza de que está me oferecendo mais uma oportunidade de aprender. Esse post, em particular, nos dá uma verdadeira "Aula de História" e "Cultura". Não sabia, por exemplo, que Getúlio Vargas havia sido um imortal da Academia de Letras! Não conhecia, nunca ouvira falar desse pintor que me pareceu maravilhoso e importante para nossa cultura: Guinard. Enfim todos os seus "Adendos" nos rende bons conhecimentos.
    Só tenho a agradecer.
    Fique com Deus!
    Lere.

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  2. Dileta Sarah:
    São depoimentos como este que me embalam para varar horas e horas estudando e pesquisando. E não tem que agradecer. Tua presença aqui me honra e me faz feliz.
    Obrigado Sarah. Te respondi em mensagem no Beco.
    Abraços e:
    "ESTEJA E SEJA E FIQUE FELIZ!
    Luiz de Almeida

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  3. Estou conhecendo agora o seu blog e adorei a ideia!
    Porque muito se perdeu sobre a semana de 22,e o governo não tem interesse em mostrar aos brasileiros a arte verdadeira!

    Obs:Estou seguindo,volto mais vezes e conheça o meu tbm www.acaradapoesia.blogspot.com

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  4. Luis,

    quanta riqueza você oferece. Venho me interessando por pintores, e de Guinard nada sabia, a não ser sua importância como artista brasileiro, e reproduções de suas pinturas.
    Que rica pintura a sua, de nosso Guinard, com direito a saborosas anedotas.
    Quando vejo seus e.mails meu coração se alegra, e vou atrás das novidades de Ratalhos.
    Vou retornar para ler bastante, melhor que livro ou revista.
    Publicar virtualmente é muito válido, e chega a té muitas pessoas, como eu.

    Um grande abraço,

    Eliane

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  5. Não é geltileza entrar aqui, e sabor.

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  6. Sou e Estou milionário, pois o Blog está me enriquecendo de Amigos.

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  7. Ah!Luis, co o fiquei feliz de vir aqui e encontrar obras magníficas e cada vez mais seu blog arraza. Parabéns, aqui se encontra um arsenal de informações precisas, até digo é uma senhora biblioteca de pesquisas. Muito bom e agradável, beijão da amiga. Muito Sucesso

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